POLÊMICA: MESTRE ESTUPRADOR VIOLA ANÃO TRANS
Cá estava eu cuidando da minha vida quando meia dúzia de otários caem no truque mais atual da atualidade. Aproveito para surfar nessa onda e dar os meus 20 centavos de maracujá.
Vou separar uns comentários que vi aqui e ali pra dar uma base mais sólida pra esse post. Ah, e nada de nomes já pra evitar porrada no meu olho.
Fulano "Se não acha um estupro, assassinato, tortura, sacrifício, ou qualquer outra barbárie dentro do D&D engraçado ou/e fictício, simplesmente não jogue.
D&D e qualquer outro RPG é para quem sabe diferenciar a realidade da fantasia, qualquer um que não consiga fazer essa simples separação, deve-se ficar longe do jogo, e de qualquer outra atividade que use a imaginação."
Ciclano "O negócio do texto é sobre jogadoras que foram "humilhadas" por malucos que poderiam muito bem estar num IRC da vida, mas elevada a um nível tão bizarro e demente que deixaria qualquer pessoa com o juízo no lugar com a pulga atrás da orelha.
Aliás, a pulga mesmo que se confirma quando você vai checar o blog original e pelo o que o autor/autora costuma pregar..."
Maluco69 (Cuja foto de perfil é altamente desrespeitosa) "Como eu disse, muitos não leram o artigo na íntegra e não entenderam do que se trata. Não é sobre o uso ou não de elementos violentos na narrativa: é sobre o assédio sexual dentro do RPG e de como posturas como essa obviamente afastam as mulheres do hobby."
Tia Casca Grossa "Já joguei em inúmeras mesas, online e presenciais, com gente que sequer me conhecia e nunca recebi nada além de "que legal, uma menina jogando". Se a mesa possui assuntos dos quais você não gosta, saia do jogo. Ninguém é coagido a nada dentro de um jogo, você só faz O QUE VOCÊ QUISER. Já encontrei, sim, alguns trolls comunas em mesas online, mas basta reportar ao Mestre, isso se ele mesmo não tomar uma providência. O que o autor/autora quer é usar de sentimentalismo barato como muleta pras próprias ideologias.
ADENDO: Se quer uma mesa com um tema pesado e não quer sujar as mãos de sangue, sinto muito filha, mas você precisa engrossar o couro."
Ciclano (De novo) "Um texto de exemplo de jogo do Apocalypse World sobre "como jogar" mostra uma jogadora estuprando lá um moleque qualquer num momento, e no outro acho que a mesma precisa matar outro pra não ser detectada (sendo que isso ai causa uma discussão do caralho nas regras falhas desse jogo maluco). Ai, tipo, matar crianças é permitido e todo mundo gosta (filhotes de dragão), mas pelo outro lado..."
Professor de Malemolêcia "Um ponto que ninguém parece ter cogitado - ELA escreve o texto, logo ELA está certa.
Ou não?
É uma perspectiva um tanto estreita. Feministas tendem a transformar tudo em estupro, pois assim podem associar qualquer coisa a uma ideia universalmente condenável, e ao se desenhar como vulnerável vítima, conseguem apoio geral.
Ocorre que HÁ um outro lado e que ele não foi ouvido? Apenas o lado do "mais fraco" eloquente que possui suporte ideológico?
Pra quem conhece o tipo - e eu conheço bem, infelizmente - distorções e hipérboles são plenamente justificáveis, não importa quem se foda no processo. Agora mesmo tem meio mundo de manginas odiando um cara que nem conhecem por conta de uma acusação de "estupro" de PERSONAGEM simplesmente porque ela escreveu.
SE os acontecimentos, tais como narrados expressam a verdade, o sujeito é imaturo. E por mais que isso possa ser reprovável, tem dezenas senão centenas de GMs de atitude equivalente no RRPG.
Quando um usuário vem ao grupo delatar uma atitude que ele considera condenável por parte de um GM, a postura geral é "deixa de mimimi e vai procurar outra mesa". Se não for racismo, nazismo, trolagem do /part nem imagem de pinto, geralmente a coisa fica por isso mesmo. Mas como foi mulher, e está num blog, virou coisa séria e crível.
Esse texto do estupro e bosta de cavalo enrolada num jornal com laço de fita pra mim são a mesma coisa. Fuquié!"
Coloquei algumas partes sublinhadas pra enfatizar quão diferentes são os pontos de vista em relação a esse texto de autoria gringa cujo autor deveria ir chupar um canavial de rola. Existe assédio dentro de grupos de RPG? Sim, dos mais variados tipos. Existe assédio em escritórios, escolas, exército, ônibus, estádios de futebol e afins? Também existe, veja só que incrível!
Alguém vai parar de frequentar esses lugares por medo do assédio? Pense.
Vocês já devem ter notado como costumo conduzir determinados tipos de jogo por aqui, não? Eu informo aos jogadores quais os tipos de loucuras que vou colocar para eles enfrentarem e, caso aceitem, nós todos vamos de mãos dadas pra esse mundo mágico e imaginário da porradaria estatística. Adivinha o que acontece com o pessoal que não gosta do estilo desses jogos em específico? Levantam e vão embora, simples assim.
Já joguei com homem, já joguei com mulher, já joguei com homem que dizia que era mulher e com mulher que dizia que era homem e todas essas experiências foram únicas, boa parte desses indivíduos continuam sendo amigos inseparáveis mesmo depois... de nos separarmos. Eu sei que cada um tem a sua vida, que o destino chega e passa um rodo tão filhadamãe que você precisa de tempo pra se recompor, ou uma oportunidade incrível te é oferecida e você TEM que aceitar. Eu sei bem disso tudo.
Mas... eu já forcei algum plano ou maluquice em você? Se sim, foi porque combinamos beeem antes.
Também sei como é ficar do lado que apanha, que é discriminado sem motivo qualquer e todos que você achou que podia confiar estavam abertamente a favor dos que te odiavam. Eles só precisam de um deslize: uma piada contada errada, um olhar torto, um simples esquecimento. Daí, o que você achava que era só mais uma quinta-feira de interação com gente com os mesmos gostos que os seus se torna uma pergunta: "o que estou fazendo aqui?" E então outra: "o que fiz de errado pra ele me odiar tanto?" E isso continua, o que te odeia espalhando mentiras a seu respeito e vários grupos do bairro te rejeitando "porque o seu perfil não bate com o que a gente quer". Você está começando, cheio de ideias incríveis e novas, mas por causa de uma pessoa tudo termina por desmoronar e você nem nota.
Você se esconde, faz planos pra outros jogos. Vários planos, dezenas deles. Fala com gente de fora na esperança de conseguir mais ideias, lê mais e mais livros na esperança de encontrar algo ali. Esse algo que você nem sabe o que é, mas mesmo assim procura sem parar. Planos se concretizam em livros, as ideias não se encaixam direito mas estão todas ali, e ai você parte para a procura novamente e... nada. O estrago já foi feito, seu nome já é conhecido por eles por causa das mentiras que ainda circulam, e você não consegue perceber que é por causa disso que é rejeitado mais uma vez. Quem não te conhece simplesmente não quer colocar mais gente no seu grupo, mais um novato que vai levar os trotes de sempre até "virar gente", ser chamado de Gorgón e nem saber o por que. Ás vezes você percebe o por que e não quer aceitar.
Um dia, anos depois, você reúne coragem e tenta de novo, reúne um grupo de pessoas de várias partes do páis que se encontram num determinado horário tarde da noite e trocam ideias, histórias. O jogo flui, se torna "ideal" por alguns dias. Sua alegria é tamanha que você ignora algumas necessidades e deveres para com a sua situação financeira de longa data. Reprovações lá fora, aceitação no novo grupo. Aceitação.
Aceitação.
O tempo todo, o que muita gente procura quando vai atrás de um grupo de RPG é aprender como pessoas diferentes se divertem, como se divertir com isso e ser aceito num lugar novo. O assédio é um passo errado nessa direção, gente que não se importa tanto assim com o bem-estar dos outros e se impõe contra aqueles que julgam mais fracos. Só que hoje em dia, esses fracos têm voz, têm como agir contra e parar com esse ciclo de ódio e violência.
Outros preferem se colocar de vítimas enquanto gritam, criando mentiras para que a sociedade atual, enfraquecida mentalmente por várias manobras de indivíduos que querem deliberadamente enfraquecer a sociedade, acredite e te coloque contra o muro. Ou mesmo te jogue fora como um produto defeituoso. Uma aberração. Grupos pequenos e que se dizem "excluídos" preferem gritar mentiras, atrair simpatizantes e perpetuar o ciclo. Suas "verdades" se contradizem metade do tempo que são expostas, criando uma parede frágil e quebradiça que qualquer pessoa que já tenha transitado por esse "vale obscuro" consegue perceber, mas os seus simpatizantes e os "neutros" preferem, acreditam e irão sempre aceitar o sensacionalismo e o tendencionismo. Quando podem abusar de algo que já está com a imagem semi-manchada na sociedade, ah, dá para sentir daqui as chamas da ignorância e da vitória desses grupos.
Enfim, reflitam.
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Professor de Malemolência! Esse manja dos Paranauê!
ResponderExcluirConsigo até ouvir o Berimbau da Retórica daqui!